Por meio do Relatório Anual 2022, você poderá acessar as informações e dados das atividades desenvolvidas pelo Setor Meios de Vida e Soluções Duradouras, pela Missão Roraima Humanitária e o Centro Cultural e de Formação Indígena (CCFI), sob a gestão da Fraternidade – Missões Humanitárias Internacionais (FMHI) no decorrer do ano de 2022.
De caráter multiétnico e pluricultural, o CCFI é um espaço que proporciona a convivência e o intercâmbio entre uma grande diversidade de etnias indígenas e baseia suas estratégias de ação na promoção da autonomia da população indígena migrante e refugiada, de forma conectada com o fortalecimento cultural e a conservação ambiental. Visa também proporcionar a integração entre etnias provenientes da Venezuela (Warao, Eñepá, Taurepang, Wayu, Curripaco, Kari’ña e Kamarakoto), Guiana (Akawaio e Wapixana) e Brasil (Macuxi, Wai Wai, Wapixana, Sateré Maué, Yanomami e Ye’kwana).
Conforme consta no Relatório, as lições aprendidas e a experiência desenvolvida em 2021 permitiram a integração de demandas que resultaram na criação de um Programa de Formação Continuada para o Desenvolvimento (PFCD), que envolve instituições governamentais, organizações não governamentais e agências humanitárias, “com percursos a serem trilhados conforme as escolhas de cada participante, abrangendo capacitações diversificadas e disponibilizando um amplo leque de possibilidades”.
O PFCD apresenta uma rota pedagógica que abrange visualização de sonhos, escolha laboral, incentivo ao trabalho coletivo e capacitação em português, informática, educação financeira e diversas áreas profissionalizantes. Todas as atividades são desenvolvidas de forma gratuita, sem despesa alguma para os indígenas, além de oferecerem alimentação, transporte, materiais, disponibilidade de uso de equipamentos e infraestruturas adequadas.
Em 2022, foram ofertados cursos a 672 indígenas. Destes, 63% (421) eram jovens entre 18 e 35 anos de idade (tabela 2). A maioria eram mulheres (tabela 3). Mais de 80% das pessoas assistidas residem dentro dos abrigos e 18% fora.
A situação de permanência e integração no Brasil torna-se uma realidade que requer atitudes de resiliência por parte dos indígenas migrantes e refugiados e de solidariedade por parte das comunidades de acolhida, para construir uma perspectiva de futuro que os habilitem “a criar condições de subsistência, tendo como propósito adaptar-se ao contexto atual de forma integrada e, a partir da diáspora que vivem, também poderem auxiliar suas famílias na Venezuela”.
A união de esforços por meio das parcerias com outras instituições, somada ao conhecimento técnico de servidores humanitários aplicado nas ações desenvolvidas pelo Centro Cultural e de Formação Indígena (CCFI), possibilitam a criação de novos caminhos para que essas pessoas concretizem seus sonhos e sigam adiante com suas vidas.